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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Alternemos a solidão e o mundo

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"É preciso frequentemente recolhermo-nos em nós mesmos: pois a relação com pessoas diferentes demais de nós perturba o nosso equilíbrio, desperta nossas paixões, irrita nossas restantes fraquezas e nossas chagas ainda não completamente curadas. "Misturemos, portanto, as duas coisas: alternemos a solidão e o mundo. A solidão nos fará desejar a sociedade e esta nos reconduzirá novamente a nós mesmos; elas serão antídotas, uma à outra: a solidão curando nosso horror à multidão, e a multidão curando nossa aversão à solidão." (Sêneca, Da tranquilidade da alma )

A morte e a memória

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Sócrates dizia que o medo da morte é ignorância, presunção de saber. Afinal, quem poderá dizer se a morte não é algo melhor que a vida? E se não sabemos isso, por que então teme-la? Assim nos diz o ateniense: “Pois que, ó cidadãos, o temer da morte não é outra coisa que parecer ter sabedoria, não tendo. É de fato parecer saber o que não se sabe. Ninguém sabe, na verdade, se por acaso a morte não é o maior de todos os bens para o homem, e entretanto todos a temem, como se soubessem, com certeza, que é o maior dos males. E o que é senão ignorância, de todas  a mais reprovável, acreditar saber aquilo que não se sabe? Eu,  por mim, ó cidadãos, talvez nisso seja diferente da maioria dos homens, eu diria isto: não sabendo bastante das coisas do Hades, delas não fugirei.” (Platão, Apologia de Sócrates) Mas o que exatamente tememos na morte, se a reflexão nos mostra que este medo é irracional, remontando suas determinações às mais profundas e inescrutáveis regiões de nossa ...

O "inferno" a que Jesus se referia

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A imagem construída sobre o inferno a partir das descrições encontradas nos Evangelhos, as quais o caracterizam como um lugar de total escuridão, vermes, destruição e permanentemente em chamas, tem alimentado a imaginação e o medo dos homens no ocidente por vários séculos. Mas essa concepção, mesmo em seus detalhes, não deixa de levantar problemas que exigem uma reinterpretação dos textos dos quais se pensa ter uma composição exata deste lugar. Um desses pormenores, por exemplo, é a coexistência de uma total escuridão em um lugar no qual o fogo nunca se apaga. Como pode haver escuridão total em um lugar cujas chamas são inextinguíveis? "E, se o seu olho o fizer tropeçar, arranque-o. É melhor entrar no Reino de Deus com um só olho do que, tendo os dois olhos, ser lançado no inferno, onde o seu verme não morre, e o fogo não se apaga. (Marcos 9:47-48) Diante dessa e de muitas outras dificuldades, devemos nos perguntar se as referências bíblicas a esse lugar são realm...