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Mostrando postagens de abril, 2009

A crise mundial do Capitalismo

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1. A CRISE estrutural que atinge o Brasil, embora com características próprias, não é fenômeno apenas brasileiro. Faz parte da crise mundial do capitalismo-imperialismo, parasitário e em decomposição. Baseado no monopólio, esse sistema conduziu - como previram os clássicos do marxismo - à gigantesca concentração da produção e da renda nas mãos de um punhado de monopolistas que domina e explora o mundo inteiro. A concentração toma forma mais precisa no aparecimento dos oligopólios de feição multinacional. Uns poucos oligopólios controlam ramos inteiros de indústrias fundamentais instaladas em diferentes regiões do Globo. E a partir desse controle, submetem a economia de inúmeros países. Tal concentração manifesta-se igualmente no capital financeiro, no reforçamento da oligarquia financeira internacional que promove a espoliação e submissão, econômica e política, de grande parte das nações. 2. A DECOMPOSIÇÃO do capitalismo expressa-se claramente no aumento do parasitismo, uma das marcas ...

Kant e a idade média, período da menoridade intelectual

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Em Uma resposta à questão: o que é o esclarecimento? , Kant afirma que o “esclarecimento” ou o “iluminismo” é justamente a emergência do homem de sua imaturidade autoinfligida, definida como “a incapacidade de usar o próprio entendimento sem ser guiado pelos outros" (tradução nossa). A imaturidade é autoinfligida não devido a uma falta de entendimento, mas devido a uma falta de resolução ou de coragem de usá-la sem qualquer guia. Considerando a Idade Média como o período de predomínio do pensamento católico cristão (o guia), em que a própria Filosofia estava sujeita e limitada aos ditames da fé, seria correto defini-la como uma fase de menoridade intelectual, isso é, em que o homem era dependente, guiado pelos dogmas e pela fé. Apesar de certa complexidade alcançada pela Filosofia no medievo, esta residia mais em aprofundamentos e comentários (de Aristóteles, principalmente) do que em novos desenvolvimentos. E foi talvez pensando principalmente neste aspecto que Kant ...

Filosofia grega e teologia cristã

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As influências da Filosofia grega sobre a teologia cristã parecem apresentar suas primeiras manifestações logo nas cartas do apóstolo Paulo, sendo, no entanto, mais evidentes a partir do desenvolvimento da Patrística. Mas até onde a teologia se encontra comprometida com o pensamento grego? Quais são os fatores de integração entre uma e outra? A teologia cristã apresenta algo de original? Segundo Padovani e Castagnola (1994), o pensamento grego pode ser divido em quatro períodos: 1) naturalista, 2) sistemático, 3) ético e 4) religioso. Neste último, o espírito humano procura a solução integral do problema da vida na religião ou nas religiões. O problema da vida é agudamente sentido, pelo fato de ser profundamente sentido o problema do mal. Deste problema, não se acha, racionalmente, uma explicação plena, e, por conseguinte, se recorre à concepção de uma queda arcana, original, do espírito, de um conseqüente encarceramento do espírito no corpo, e de uma purificação e libertaç...

Filosofia cristã é filosofia?

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Frequentemente nos deparamos com o termo "filosofia" acompanhado das mais diversas qualificações, identificando, dessa forma, a orientação ideológica de um determinado sistema ou escola de pensamento. Mas será que é possível uma real e autêntica integração entre a Filosofia e algum pensamento religioso, sem que isso descaracterize seriamente um ou outro? É a filosofia cristã realmente Filosofia (com "F" maiúsculo)? Pela própria essência da Filosofia, como uma busca permanente e incessante pelo saber, não podemos considerar filosofias religiosas como propriamente Filosofia. Não existe algo como uma "filosofia cristã", ou uma "filosofia oriental", por exemplo. Característica fundamental da atitude filosófica é o não se considerar em posse da verdade, mas sempre em sua busca. A Filosofia é movimento, é uma maneira de se posicionar diante do mundo. Não é um corpo estático, um conjunto de pensamentos cujo conhecimento confere ao seu possuidor o ...

Jean-Paul Sartre e as emoções

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Em um de seus primeiros escritos publicados, Esboço para uma teoria das emoções , o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre efetua uma crítica a algumas teorias das emoções de correntes mecanicistas da psicologia de sua época (e também do "determinismo" psicanalítico), tentando então dar início a um projeto fenomenológico sobre as emoções. Uma única expressão de Sartre, talvez, resuma o que são as emoções: "transformações mágicas do mundo" . Para ele, as emoções são maneiras, são estratégias de lidarmos com as dificuldades do mundo. Não são apenas "sensações" ou "sentimentos". As emoções não podem ser reduzidas a meras reações químicas, liberações de hormônios por determinada parte do cérebro ou atividades neurológicas. Sartre vê as emoções de forma teleológica: elas possuem uma "finalidade", um propósito a alcançar. Como exemplo ele cita o caso de uma mulher que sempre desmaiava diante de uma determinada situação. Para ele,...

A modernidade e a pós-modernidade coexistem

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Tentar definir modernidade e pós-modernidade quase sempre resulta em "conclusões inconclusas". Nada de diferente se poderia esperar de tal empresa, pois não é possível dizer o que é daquilo que está vindo a ser . Estamos em meio a um processo e fazemos parte dele. Não temos a posição privilegiada de um observador externo e alheio. O filósofo alemão Georg Wilhelm Hegel afirmava que a coruja de Minerva só levanta vôo ao entardecer, o que significa que só podemos apreender um tempo ao final de sua passagem, em seu ocaso. Isso não nos impede, contudo, de tentar esboçar, mesmo que de forma trôpega, algumas características, semelhanças e diferenças entre esses dois períodos históricos e também de tentar nos situar em um ou no outro, A modernidade pode ser caracterizada como a época de valorização e crenças nas noções de verdade, razão e objetividade, fé no progresso científico e na emancipação universal. Ela é a época das chamadas "grandes meta-narrativas...