Confissão
(Charles Bukowski)
À espera da morte
como um gato
que saltará sobre a
cama
Sinto terrivelmente por
minha esposa
Ela verá este
corpo
duro e
branco
Vai sacudi-lo uma vez, depois
quem sabe
outra:
"Hank!"
Hank não
responderá.
Não é minha morte o que
me preocupa, é minha mulher
abandonada com este
monte de
nada.
Quero
no entanto
que ela saiba
que todas as noites
dormindo
ao seu lado
Que mesmo as discussões
inúteis
sempre foram
esplêndidas
E que as palavras
difíceis
que sempre temi
dizer
podem agora ser
ditas:
Eu te
amo.
Confissão, de Charles Bukowski
byGlauber Ataide
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Arte
Postado por Glauber Ataide
Mestre e bacharel em Filosofia pela UFMG e pós-graduado em Teoria Psicanalítica. Bacharel também em Sistemas de Informação. Acho que o papel da filosofia não é apenas interpretar o mundo, mas também transformá-lo. Me interesso por psicanálise, música erudita, literatura clássica, idiomas e outras coisas que você pode encontrar em meus textos. Faixa preta e praticante de Taekwondo desde a infância. Moro em Nuremberg, na Alemanha.
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