1
Introdução
A resposta à pergunta "o que você
faria se este fosse o último dia de sua vida?" revela aquilo com o que mais nos importamos, como realmente queremos viver
nossas vidas. O que fazer se as próximas vinte e quatro horas forem as últimas?
Andar sem roupas pelas ruas? Dizer algumas verdades ao vizinho? Passar o tempo
com a família? Estudar filosofia? (POLT, 1999, p. 86)
O indivíduo, ao viver cada dia como se
fosse o último, não perderia tempo com gestos vazios, mas se concentraria em
ser ele mesmo. A sensação de iminência da morte faz com que a vida corra diante
dos olhos, momento no qual a história de cada um é revista como um todo, e suas
vitórias e seus fracassos são contabilizados. Ao sentir a fragilidade da vida
sentimos também seu significado, de modo que a morte faz com que cada um encare
a si mesmo. A certeza da morte seria, por isso, libertadora, pois livra-nos das
trivialidades da vida cotidiana (POLT, 1999, p. 86).
Imbricada a esta certeza da morte está a
angústia, a qual possibilita uma resposta autêntica - chamada por Heidegger de Vorlaufen1 - à morte. Traduzida às vezes como "antecipação", Vorlaufen significa, literalmente, "correr antes", sendo "enfrentar", talvez, uma melhor
tradução. A existência autêntica envolve encarar a mortalidade, não no sentido
de se preocupar em quando o falecimento virá, mas antecipando a finitude de suas
próprias possibilidades e escolhendo à luz desta finitude. Perceber que cada
momento pode ser o último nos liberta das distrações e das trivialidades dos
outros (POLT, 1999, p. 87).
Este Vorlaufen,
no entanto, não é uma experiência possível, segundo Sartre. Em O ser e o nada, o existencialista francês afirmará que a morte é absurda,
um incidente pertencente ao mundo exterior, não podendo ser incluída em nosso
projeto de existência pessoal. A morte não é capaz de dar qualquer significado
à própria vida, sendo, antes, uma total forma de alienação, ampliada pelo fato
de que existe apenas na memória dos outros. (WERNECK, 2012, p. 1). Se a morte é
uma limitação das possibilidades para Heidegger, Sartre localiza esta limitação
na própria liberdade de escolha, na qual está contida sua finitude.
2
A morte em Heidegger
Heidegger introduz sua discussão acerca do
tema da morte no contexto de uma reflexão sobre a totalidade do Dasein. Segundo Gorner (2007, p. 120), a
analítica existencial de Heidegger tenta dar conta das estruturas básicas do
ser do Dasein. Somos capazes, contudo, de apreender o todo do Dasein?
Para Mulhall (2005, p. 122), qualquer tentativa filosófica de apreender o Dasein enquanto totalidade encontra o
problema de o Dasein, enquanto
existir, estar originalmente voltado ao próximo
momento de sua existência, sendo, por isso, incompleto.
Polt (1999, p. 86) afirma que esta questão
demanda analisar o que se quer dizer por "todo". Diferentes tipos de
entidades têm diferentes formas de ser um todo e alcançar um fim. No caso do Dasein, ela não envolve nem a eliminação
das possibilidades e nem sua realização, sendo uma certa maneira de possuir
possibilidade nas quais estas possibilidades são limitadas. As possibilidades
do Dasein são sempre limitadas pela
possibilidade da impossibilidade de existir, e é isso que Heidegger chama de
"morte"2.
Dizer, por exemplo, que alguém é um
escultor, e nada mais, seria eliminar sua liberdade de escolher o que fazer de
si mesmo (POLT, 1999, p. 86). Mesmo ao continuar a escolher ser um escultor,
ele não é apenas um escultor, mas um escolhedor (chooser). Ao ser um escolhedor, ele parece não poder nunca ser
apreendido como um todo, como algo acabado. Parece não ser possível identificar
o que o Dasein é como um todo sem
eliminar sua liberdade.
O Dasein
sempre se projeta em possibilidades, em direção ao ainda-não-atual. Esta
incompletude estrutural é sobrepujada apenas quando o Dasein se torna um não-Dasein.
A situação parece contraditória: para que o Dasein
seja completo, é preciso que ele não mais exista, mas ao não existir ele não
pode se apreender como um todo (MULHALL, 2005, p. 122).
Na Divisão Um de Ser e Tempo, Heidegger chegou à caracterização do Dasein como Sorge (cuidado), no sentido de nos permitir apreender o ser do Dasein como um todo e, assim, fornecer uma
estabilidade, mesmo que provisória, à sua analítica existencial. A discussão da
morte, no entanto, representa um desafio aos resultados alcançados até este
ponto da obra. A morte, ao levar a termo a existência humana, completa-a, mas
ninguém tem experiência de sua própria morte (MULHALL, 2005, p. 122).
O Dasein
pode sempre se referir à morte dos outros, mas isso não significa nem apreender
suas vidas como totalidade, nem obter uma compreensão adequada do Ser do Dasein em sua completude. Para Mulhall
(2005, p. 123), a relação que temos com os cadáveres mostraria isso: nos
referimos a eles não apenas como matéria morta, mas como pessoas mortas. Os funerais, ritos e cultos religiosos que lhes
prestamos é uma certa forma de estarmos com eles, mas são modos de nossa existência continuada, não da
existência deles. Para que fosse possível apreender a vida da pessoa morta como
uma totalidade deveríamos ser capazes de apreender o significado ontológico de
sua morte para ela própria, pois é a totalidade de sua vida que está em
questão. Nosso acesso à perda e ao sofrimento que o morrer desta pessoa
significa para os outros não nos aproxima à perda-do-Ser
que a própria pessoa sofreu, não nos revelando nada do que significa para a
existência de um Dasein alcançar a
completude ou a totalidade. A morte revela-se, portanto, insubstituível. Uma
pessoa não pode representar outra em relação ao seu morrer e à sua morte. Minha
morte é inevitavelmente minha (MULHALL, 2005, p. 123).
A morte para o Dasein não é um limite da mesma maneira que uma moldura é o limite
de uma figura ou um meio-fio é o limite de uma rua. De acordo com a ilustração de
Mulhall (2005, p. 123), a figura termina na moldura, mas não é aniquilada por
ela da mesma forma que a morte aniquila o Dasein.
O meio-fio, da mesma forma, marca o fim de um pavimento e o início de um novo
ambiente no qual se pode adentrar ao sair da rua, enquanto que a morte do corpo
não é outro modo de vida.
O verdadeiro significado da morte enquanto
fim do Dasein, como sua completude ou
totalização, depende do significado da existência do Dasein enquanto projeção. O Dasein
tem uma vida a levar adiante, deve tomar decisões sobre quais possibilidades
tornará atuais (reais) e quais não. Para entender a morte é preciso
compreendê-la existencialmente, isso é, como uma possibilidade do Ser do Dasein. Como a morte, no entanto, não
pode ser diretamente apreendida pelo Dasein,
ela deve ser entendida não como uma atualidade, mas como uma possibilidade.
Nossa relação com a morte deve ser repensada não como algo que se realiza
quando morremos, mas como algo que realizamos durante nossas vidas. A morte é
uma possibilidade distinta de todas as outras que temos, como fazer uma
refeição, jogar futebol ou ler filosofia (MULHALL, 2005, p. 125). Nas palavras
de Heidegger,
“A morte é a possibilidade da impossibilidade completa do Dasein. Assim, a morte se revela como a mais própria, não-relacional e inultrapassável possibilidade. Como tal, a morte é algo distintamente iminente.” (HEIDEGGER, 1977, 333)
A morte é sempre iminente - sempre paira
sobre nós como algo que ainda não é. Ao contrário de outras possibilidades, no
entanto, ela não pode ir além de estar diante de nós. Segundo Mulhall (2005, p.
125), uma tempestade ou a chegada de um amigo podem ser iminentes e, de fato,
acontecerem. A morte, por sua vez, não pode se relacionar conosco de outra
forma a não ser como uma possibilidade iminente, pois quando esta possibilidade
se tornar real, necessariamente seremos não-mais-Dasein.
Podemos nos comportar diante da morte apenas como uma possibilidade, a qual nos
acompanha por toda a vida. Uma tempestade ou a chegada de um amigo, continua
Mulhall (2005, p. 126), não é iminente a cada momento de nossa existência, mas
não há nenhum momento sequer no qual a morte não seja possível, nenhum momento
que não possa ser o último. A morte, portanto, é sempre e apenas uma
possibilidade. Nossa predestinação (fatedness)
a esta ameaça apenas iminente torna concreta a unidade de nossa existência como
projeção, de estarmos sempre à frente de nós mesmos.
3
A crítica de Sartre a Heidegger
Segundo Dandyk (2015, p. 45), a crítica
geral de Sartre a Heidegger pode ser mais bem visualizada no conceito de morte.
A morte é, para Heidegger, determinante para a conversão da inautenticidade
para a autenticidade. É a partir da intransferibilidade e da insubstitutibilidade
da morte que se abre para o Dasein a
sua singularidade (Einzigartigkeit),
que se desvela o seu "ser-para-a-morte". A morte não é apenas o fim
da vida, mas lhe dá, antes, seu sentido de singularidade (Einzigartigkeit) e finitude. Assim como o acorde final de uma
melodia já se fez presente desde seu começo, também a morte está lá desde o
início, como determinante de seu sentido.
Sartre contesta esta univocidade (Eindeutigkeit) que Heidegger atribui à
morte em relação ao significado (Bedeutung)
da vida. Não é apenas a morte que é intransferível e insubstituível. O amor,
por exemplo, também o seria. Cada tipo de amor é individual, e dificilmente
alguém contestaria que existe este amor individual. Por que seria necessário
internalizar (verinnerlichen) a
própria morte a fim de ser capaz deste amor individual?
Heidegger teria, além disso, negligenciado
a possível absurdidade da morte (DANDYK, 2015, p. 46). De fato, posso esperar a
morte no sentido de Heidegger, mas a questão é se esta morte de fato é a morte
esperada por mim. Pode acontecer, por exemplo, que um condenado à morte pegue
um resfriado e morra aguardando a execução da sentença.
Sartre afirma que é necessário distinguir
entre a morte de um homem na velhice e a morte inesperada de um jovem. Essas
duas situações não têm o mesmo significado ontológico. Poderia a morte de um
jovem em um acidente automobilístico ser considerada como o acorde final de uma
melodia? Heidegger teria, segundo Sartre, simplificado demais o fenômeno da
morte para o indivíduo (DANDYK, 2015 p. 46).
Para Sartre, um "projeto individual
pré-reflexivo" seria mais decisivo para a emergência do indivíduo no mundo
do que a morte:
En un mot il n’y a aucune vertu personnalisante qui soit particulière à ma mort. Bien au contraire, elle ne devient ma mort que si je me place déjà dans la perspective de la subjectivité ; c’est ma subjectivité, définie par le Cogito préréflexif, qui fait de ma mort un irremplaçable subjectif et non la mort qui donnerait l’ipséité irremplaçable à mon pour-soi. En ce cas la mort ne saurait se caractériser parce qu’elle est mort comme ma mort et, par suite, sa structure essentielle de mort ne suffit pas à faire d’elle cet événement personnalisé et qualifié qu’on peut attendre (SARTRE, 1943, p. 579).
No sentido de Sartre, portanto, o conceito
de "cogito pré-reflexivo" é decisivo para a compreensão da
subjetividade. A emergência do indivíduo não se dá através da conversão da
inautenticidade para a autenticidade, mas sim através do projeto inicial
pré-reflexivo.
Dandyk (2015, p. 47) aponta que neste
contexto surge ainda outra diferença entre Sartre e Heidegger. O filósofo alemão
identifica a finitude do Dasein com a
morte. Sartre, ao contrário, chama a atenção para o fato de que existe outro
tipo de finitude da realidade humana que nada tem a ver com a morte. O projeto
inicial significa uma limitação (Begrenzung)
das próprias possibilidades. O homem torna-se um indivíduo ao fazer uma escolha
dentre as inúmeras possibilidades que lhe são colocadas, e já esta escolha
implica a finitude do Dasein. Assim, mesmo que eu vivesse eternamente, esta
escolha especial de meu projeto inicial significa que não posso realizar mais
todas as minhas possibilidades. Serei para sempre aquele que escolheu A como
meu projeto inicial, embora B também fosse uma opção. Com a escolha de A
termina-se o jogo. Mesmo se posteriormente eu escolhesse B, no sentido de uma
total alteração, eu seria o mesmo que escolheu primeiro A e só depois B, mas
nunca aquele que escolheu primeiro B e depois A. A irreversibilidade da
sequência das escolhas lhes confere sua relevância e de forma alguma apenas o
finitude no sentido da morte.
Sartre resume sua crítica ao conceito de
Morte em Heidegger da seguinte maneira:
Ainsi, nous devons conclure, contre Heidegger, que loin que la mort soit ma possibilité propre, élie est 'un fait contingent qui, en tant que tel, m'échappe par principe et ressortit originellement à ma facticité. Je ne saurais ni découvrir ma mort, ni l'attendre ni prendre une attitude envers elle, car elle est ce qui se révèle comme l'indécouvrable, ce qui désarme toutes les attentes, ce qui se glisse dans toutes les attitudes et particulièrement dans celles qu'on prendrait vis-à-vis d'elle, pour les transformer en conduites extériorisées et figées dont le sens est pour toujours confié à d'autres qu'à nous-mê m e . La mort est un pur fait, comme la naissance ; elle vient à nous du dehors et elle nous transforme en dehors. Au fond, elle ne se distingue aucunement d e la naissance, e t c'est l'identité de la naissance et de la mort que nous nommons facticité (SARTRE, 1943, p. 590).
A morte é um fato contingente, e não uma
possibilidade própria. Para Sartre, não é possível esperar a própria morte, a
qual se configura como relação com o outro, não pertencendo à estrutura ontológica
do Dasein.
4
Conclusão
A certeza mais básica do Dasein, para Heidegger, é a de sua
própria morte - isso é, de sua mortalidade, que é uma possibilidade. A
afirmação de que a morte é certa significa, portanto, que nossa não-existência
é possível. A morte não é apenas uma possibilidade remota que não pode ser
excluída, mas uma possibilidade que necessariamente pende sobre tudo que
fazemos, a todo momento (POLT, 1999, p. 87).
Para Heidegger o Dasein se projeta rumo às possibilidades de seu ser e, neste
sentido, está sempre "à frente de si mesmo" (sich vorweg). Nele há sempre algo ainda pendente: uma constante
instabilidade e inconclusividade pertencem à essência de sua constituição
básica. Quando não há nada mais pendente o Dasein
não mais é, não mais existe, não está mais lá (Da). Enquanto for uma entidade o Dasein não pode alcançar sua completude, e se ele não a alcança,
então este ganho se torna a perda de seu Ser-no-mundo enquanto tal.
Segundo Nunes (2002, p. 21), o Dasein se desencobre como poder-ser. Sendo algo meu este poder-ser, ele seria recuperável a todo
instante, e assim a existência se prolongaria indefinidamente, ad aeternum, não estivesse o Dasein predeterminado pelo seu fim. A
morte é vista, então, como possibilidade da impossibilidade, o que coloca o
não-ser como essência da existência, caracterizando o que Heidegger chama de Ser-para-a-morte
(Sein zum Tode).
O eu3 foge da morte como
possibilidade própria a todo instante, refugiando-se no anonimato da gente:
"quem morre é a gente, não eu" (NUNES, 2002, p. 21). O eu tem, no
entanto, a possibilidade, de não fugir e, ao fazê-lo, exercita-se diante da
mais extrema e radical possibilidade de si mesmo, antecipando, assumindo e
decidindo. Esta decisão (Entschlossenheit)
é uma escolha que traz angústia, na qual se libera o poder-ser mais próprio e
mais autêntico do Dasein4 (NUNES, 2002, p. 21).
Indissociável da mortalidade é a angústia.
Para Heidegger, a angústia é angústia da morte. Polt (1999, p. 88) utiliza um
exemplo para mostrar como a morte está envolvida em um momento de angústia:
"Estou plantando em meu jardim quando minha atividade repentinamente
parece sem sentido. 'Qual o sentido de tudo isso? Quem sou eu', eu me pergunto.
Estou alienado de mim como um jardineiro e do jardim como parte de meu mundo.
De fato, estou desconfortável com qualquer papel que possa desempenhar no
mundo, e indiferente a tudo à minha volta: tudo isso parece sem sentido. O que
resta? Apenas a verdade nua de que me encontro em uma situação na qual sou
forçado a fazer algo de mim mesmo. Mas isso é precisamente o que é percebo
quando confronto a mortalidade: quando aceito o fato de que minhas
possibilidades não são nem ilimitadas, nem garantidas, percebo a importância de
escolher a possibilidade e me definir por ela. Quando sinto que este poderia ser
o último momento de minha vida, eu necessariamente me pergunto o que a vida
acrescenta e quem eu sou. Eu realmente quero viver e morrer como um jardineiro
(um escultor, um político, um padre)? Na ansiedade eu enfrento a mortalidade
porque sinto a fragilidade de minha vida e a necessidade de decidir o que ela
significa". (POLT, 1999, p. 88)
Em relação à morte o Dasein está diante de sua mais própria possibilidade. Heidegger
afirma que minha mortalidade é minha possibilidade mais própria. O que faz
minha vida ser minha é o simples fato de ser minha para viver, de ser minha
para fazer algo dela face à minha possível não-existência. Qualquer outra
possibilidade é algo que posso ser livre para não fazer, e que outra pessoa
possa fazer tão bem quanto eu. Minha morte, no entanto, é uma possibilidade que
só eu posso enfrentar, e ninguém em meu lugar (POLT, 1999, p. 87).
Para Sartre, no entanto, há outras
possibilidades existenciais intransferíveis, não se configurando a morte como a
única. No sentido desta crítica sartreana, Mulhall (2005, p. 126) argumenta que
ninguém poderia, por exemplo, espirrar em meu lugar, mas que este tipo de
exemplo, contudo, não cobre os outros dois aspectos da caracterização
existencial tripartite da morte. Nossa existência como Ser-no-mundo não é
colocada em questão ao pegarmos um resfriado e, embora seja pouco provável, é
pelo menos possível imaginar um ser humano que jamais tenha espirrado.
5
Bibliografia
HEIDEGGER,
Martin. Sein und Zeit. Frankfurt am
Main: Vittorio Klostermann, 1977.
SARTRE,
Jean-Paul. L’être e le néant: Essai
d'ontologie phénoménologique. Paris: Éditions
Gallimard, 1943.
MULHALL, Stephen. Heidegger and Being and Time. 2ª ed. New
York: Routledge, 2005.
NUNES, Benedito. Heidegger & Ser e Tempo. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2002.
POLT, Richard. Heidegger: an introduction. Ithaca:
Cornell University Press, 1999.
GORNER, Paul. Heidegger's Being and Time: an introduction.
New York: Cambridge, 2007.
DANDYK, Alfred. Der
Tod bei Heidegger und bei Sartre.Disponível em <>. Acesso em 28 de novembro de 2015.
PAYER, Karl. Sein und Zeit: Einführung zum Kommentar.
Disponível em
. Acesso em 08 de dezembro de 2015.
WARNECKE,
Thomas. Mein Tod berührt mich nur am Rande
– Sartres Analyse der Bedeutung des Todes für die „menschliche Wirklichkeit“.
Disponível em
.
Acesso em 09 de dezembro de
2015.
NOTAS
[1]Vorlaufen é o nome dado por Heidegger à própria morte vista pela vida
configurada (gestalten). Isso é
possível apenas em uma situação determinada, que é o próprio modo de ser
autêntico (eigentlichen Existenzweise).
Nesta situação especial tomo os outros homens e os objetos de outra forma
totalmente verdadeira do que na habitual situação cotidiana (Alltagzustand). Também o meu lidar com
eles é totalmente outro (PAYER, 2015, p. 11).
[2] Segundo Polt (1999, p. 86), a palavra "morte" torna mais difícil distinguir o fenômeno que Heidegger está discutindo daquilo que ele chama "falecimento" - o evento real no qual um corpo humano deixa de funcionar. O termo "mortalidade" seria talvez mais apropriado. A mortalidade é uma condição permanente dos seres humanos, não um evento único. É uma possibilidade que pertence a todos nós, e não um acontecimento.
[3] Este “eu” é chamado por Heidegger de Alltägliches Sein zum Tode. Segundo Payer (2015, p. 11), na vida cotidiana (alltäglichen Leben) o homem fecha-se diante da própria morte. Vive como se a morte fosse um princípio geral, que a todos une e subjaz. Cada um ocupa-se com a morte dos outros, mas não com sua própria. Espera-se uma possível vida longa, e até mesmo como se a própria morte não fosse certa.
[4]Em oposição ao Alltägliches Sein zum Tode estabelece Heidegger o Eigentliches Sein zum Tode, isso é, os critérios da autêntica vida para a morte: exatamente como eu vivo minha vida, morro apenas a minha morte. Projeto minha vida responsavelmente e autodeterminado em relação à morte, pelo que estou certo que ela pode chegar a qualquer momento. Após a morte não há mais nada para mim; com ela chega ao fim o meu Dasein. Sei que todas as minhas atividades, meus pensamentos e ações conduzem, ao final, para ela. Desta forma, eu não me fecho diante da morte, mas me abro e vivo em liberdade para ela (PAYER, 2015, p. 11).
Por favor, postar o tema em pdf para que possa imprimir. Minha vista não suporta claridade e letra diminuta. Muito obrigado.
ResponderExcluirPostar um comentário