Equilíbrio e extremismo na política: antinomia da razão?

O ponto de vista do "equilíbrio" entre os extremos, enquanto princípio de posicionamento político, em nada difere do ponto de vista do "extremismo" do qual ele se supõe antípoda. Ao postular, de maneira abstrata, o "meio termo" como único ponto de vista razoável e excluindo-se, de antemão, a possibilidade de que em algum momento concreto a melhor resposta possa se encontrar fora do centro, a teoria do "equilíbrio" torna-se dogmática, fanática e intolerante. Ela é característica do pequeno-burguês, do médio classista, e não é muito mais do que reflexo em sua consciência do próprio lugar que ocupa no processo de produção. Isso é, seu porta-voz, por não ser nem burguês e nem tampouco se identificar com a classe operária, é oscilante, vacilante, está sempre no meio de tudo. A possibilidade de superação do "extremismo" não se encontra no "equilíbrio", mas na abertura ao contingente e à possibilidade de adotar medidas que pos...