Quem já leu a obra 1984, de George Orwell, deve se lembrar de um estranho "ritual" em que as pessoas eram obrigadas a participar diariamente: o chamado "Dois minutos do ódio". Este consistia na exibição, em uma "teletela" (uma espécie de televisão que também filma o telespectador), da imagem e da fala de Emanuel Goldstein, o líder exilado da oposição ao governo totalitário do Grande Irmão (Big Brother), juntamente com outros opositores do "Partido" (como é chamado o partido do Big Brother, o Ingsoc).
Durante os "Dois minutos do ódio", as pessoas são levadas a um estado de exaltação histérica, de muita raiva, de ódio, onde proferem insultos e ameaças contra a imagem exibida na teletela. Algumas vezes os telespectadores partem até mesmo para a agressão física contra o aparelho.
Um dos aspectos mais impressionantes sobre este mecanismo de manipulação e de indução ao ódio, no entanto, é que não poderia ser apenas o conteúdo do discurso de Goldstein a suscitar esta reação. Nos "Dois minutos do ódio", Goldstein aparecia na tela denunciando justamente a opressão imposta pelo Grande Irmão ao país, exigindo o imediato acordo de paz com as nações inimigas, liberdade de expressão, liberdade de imprensa, liberdade de reunião, de pensamento, etc.
Impossível não relacionar esses diários "Dois minutos do ódio" aos nossos telejornais diários. A prática política do PT, por si só, não dá conta de explicar, de exaurir, ou seja, não é razão suficiente de toda essa reação de ódio de que tem sido alvo. Pois outros governos fizeram o mesmo - ou pior - e não foram alvo de tantas hostilidades.
A metáfora de Orwell traduz de maneira muito sensível a maneira como é orquestrado este mecanismo de manipulação. Capas de revistas como Veja ou Isto é ilustram bem isso: a exposição de "inimigos" fotografados pelos ângulos mais desfavoráveis com a intenção de provocar desprezo, textos com a intenção de levar os leitores a um frenesi, reproduzindo falas distorcidas ou pela metade (quando não inventadas), omissão de informações essenciais e toda sorte de sujeira para defender interesses que são sempre apresentados com um manto de "objetividade".
Em 1984, à medida que Goldstein defendia bandeiras progressistas contra a ditadura do Grande Irmão, o ódio dos telespectadores apenas aumentava. As pessoas pulavam em seus assentos, gritando como animais, com todas as suas forças, numa tentativa de calar a voz que vinha da teletela. Parece que Orwell conseguiu antecipar em muitas décadas como a nossa classe média branca assiste ao Jornal Nacional.
Não lhe soa racismo ditar "classe média branca assiste ao Jornal Nacional"?
ResponderExcluirA impressão que tenho é que o ódio ao PT vem da inacreditável contradição entre discurso quando disputava o poder e pratica quando conquistou-o. Hoje tivemos mais um acréscimo nesse ódio com a divulgação de que um decreto presidencial perdoou José. Genoino
Texto totalmente racista, preconceituoso e tendencioso, não se trata de raiva mas indignação, essa história de isso sempre aconteceu é uma bela desculpa pra continuar deixar acontecendo. Perdi meu tempo lendo esse texto.
Excluirhttp://projuh.blogspot.com.br/2010/07/ate-que-ponto-vale-pena-defender-uma.html #FicaaDica
ResponderExcluirÉ incrivel a manipulação das ideias levada a efeito nesse texto. É exatamente o contrario. Orwel escreveu essa obra, justanente para criticar a manipulação das massas pelos partidos e governos totalitários. A frase elite branca é que representa o dois minutos de ódio. É o discurso odeio a classe média realizado a portas fechadas, somente para membros do partido, com a presença sorridente do grande irmão. Gokdstein, para o PT, são todos aqueles que não seus eleitores, soldados ou beneficiários. George Orwell criticou, em sua obra, justamente partidos como o PT e não o contrario. Haja paciência!
ResponderExcluirAponte o racismo no texto, Alessandra. E também sua definição do que isso seja.
ResponderExcluirRogerio, aponte para a realidade e mostre onde, como, quando e com quem essa "repressão" do PT acontece. Seja prático, vamos ao real.
ResponderExcluirBem, existe um teste pessoal facil: coloque em julgamento emocional um Eduardo Cunha (com denúncias comprovadas) e uma Dilma Rousseff (para a qual não há sequer uma denúncia!). O condicionado pela mídia sentirá grande disposição emocional para criticar Dilma e quase nenhuma para criticar um marginal comprovado internacionalmente como o Cunha. E são na maioria pessoas d classe média, e sim brancas, q mais sucumbiram a tal condicionamento d ódio a um partido e seus maiores representantes. Pena...
ResponderExcluirPerfeito.
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ResponderExcluirEstou envergonhado. Coneti o crime de não pertencer a elite brasileira. Não sou politico. Não sou filho de presidente. Sou advogado. Sou classe media. Sou coxinha. O estranho de tudo isso é que votei no Lula e na Dilma e NUNCA votei no PSDB.Para alguns pseudo espertos, quem passa a constatar que o PT e os outros são a mesma coisa, deve ser considerado preconceituoso e cabeça feita pela midia. Não faz mal se milhões de cabeças foram feitas pela midia esteleonataria do PT. Para eles a mentira é permitida por uma causa nobre. Nobre para seu projeto de poder. Dilma, Cunha, Lula, Aecio, são irmãos de natureza.Semelhantes na nentira e na desfaçatez.
ResponderExcluirVocê arrasou. Um país tomado pela corrupção, e, sim, tanto quanto no caso dos demais partidos. Também votei no PT por muito tempo. A questão é que o sonho, quem despertou foi o PT. Aí, acordamos.
ExcluirNa minha visão, não foi o autor quem previu o que aconteceria, e sim o sistema dominante que se baseou no livro para criar esta situação, ou melhor, manipulação, para que a população encontrasse um inimigo, alguém para levar toda a culpa, um judas a se malhar, ao invés de tentar mudar esta triste situação da politica brasileira. É exatamente o que o partido fazia para que as pessoas não se revoltassem contra ele. Não que o PT seja inocente, ao contrário, acredito que eles fazem parte desse jogo. A relação Dilma x Aécio é como o grande irmão e O'Brien. O'Brien (Aécio) se diz revoltado com isso, disposto a lutar pra mudar tudo, mas na verdade é farinha do mesmo saco. O povo vai tirar o PT pra colocar outro partido, e essa robalheira vai continuar....
ResponderExcluirTambém é realidade. É que a manipulação das massas faz parte do pacote do PT, da direita, de todos.
ExcluirNão intendi essa comparação de 1984 com o PT, francamente, o PT não está certo, qual é o problema dele ser odiado? Da mesma maneira acharia similarmente justo o odio aos outros governos.
ResponderExcluirO autor deste blog precisa ler os livros de Orwell e parar de falar besteiras, Orwell era anarquista e o Big Brother é um politico totalitarista, como Fidel Castro e tantos outros da esquerda, pelo visto não entendeu nada.
ResponderExcluirCaro autor deste blog, você pelo visto não conhece a historia e obra de Orwell, ele foi militante socialista, ate descobrir que não era nada do que ele imaginava e se tornar um dissidente e criticar o socialismo nas suas obras literárias.
ResponderExcluirEm 1984 o INGSOC tinha o Ministério da verdade onde o personagem principal chamado Winston trabalhava e era responsável por censurar as noticias pois só poderia ser publicado o que fosse de acordo do Big Brother. O PT propôs a criação de uma comissão da verdade, conhecidencia não? Como o proprio Orwell dizia: "Jornalismo é publicar aquilo que ninguém quer que seja publicado, todo o resto não passa de publicidade"
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