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Mostrando postagens de janeiro, 2012

A cabeça de Medusa, por Sigmund Freud

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Não foi amiúde que tentamos interpretar temas mitológicos individuais, mas uma interpretação sugere-se facilmente no caso da horripilante cabeça decapitada da Medusa. Decapitar = castrar. O terror da Medusa é assim um terror de castração ligado à visão de alguma coisa. Numerosas análises familiarizam-nos com a ocasião para isso: ocorre quando um menino, que até então não estava disposto a acreditar na ameaça de castração, tem a visão dos órgãos genitais femininos, provavelmente os de uma pessoa adulta, rodeados por cabelos, e, essencialmente, os de sua mãe. Os cabelos na cabeça da Medusa são freqüentemente representados nas obras de arte sob a forma de serpentes e estas, mais uma vez, derivam-se do complexo de castração. Constitui fato digno de nota que, por assustadoras que possam ser em si mesmas, na realidade, porém, servem como mitigação do horror, por substituírem o pênis, cuja ausência é a causa do horror. Isso é uma confirmação da regra técnica segundo a qual uma mul...

Calvinistas conservadores: "nem esquerda, nem direita..."

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Todo mundo conhece alguém que tenta ser comedido em suas posições políticas afirmando não estar em nenhum espectro das opções "esquerda" e "direita". Se perguntado se é de um lado ou de outro, afirma não ser de nenhum deles. É verdade que existe o "centro", que reuniria características de ambos, mas o problema é que esse indivíduo nem "centrista" é. Diz estar "acima" dessas posições. Mas o que dá para perceber é que esses aí, na maioria das vezes, são apenas direitistas envergonhados que ainda não saíram do armário. Os últimos deste tipo com quem tive um "debate" se dizem "cristãos", e alguns destes, "calvinistas". Quanto a esses, seu objetivo, de forma geral, é implantar um estado teocrático governado pelo teólogo-rei.  Sim, não seria mais o filósofo-rei da República de Platão, mas o teólogo-rei calvinista, pois só este, apesar de sua "depravação total" (uma doutrina calvinist...