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Mostrando postagens de junho, 2009

O que é fundamentalismo?

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Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, o termo "fundamentalismo" passou a ser amplamente utilizado para identificar uma determinada corrente da religião islâmica, caracterizada por sua interpretação radical do Corão e pelo fervor com que seus fiéis se dedicam à jihad . Mas o fundamentalismo não está relacionado a nenhuma corrente de pensamento, religião ou doutrina específica. Antes, o fundamentalismo é uma forma de interpretar e viver a doutrina. Segundo o teólogo Leonardo Boff, o fundamentalismo "representa a atitude daquele que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista" (2002, p. 25). Se buscarmos a própria origem do termo, ali mesmo veremos que o fundamentalismo não é algo específico do Islã. Este termo foi cunhado em 1915, quando da publicação de uma coleção de doze livros chamados "Fundamentals" , de autoria de professores de Teologia da Universidade de Princeton. Estes livros foram uma contra-ofensiva à onda de modernização de que er...

O século do eu - a apropriação da psicanálise pela publicidade

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No documentário The century of the self , Adam Curtis mostra como as ideias de Freud foram apropriadas por publicitários e governantes, a partir do início do século XX, para controlar as pessoas em uma era chamada de "democracia das massas". Seu trabalho foi ganhador dos prêmios de Melhor Série de Documentário da Broadcast Awards e de Filme Histórico do Ano da Longman\History Today Awards. Adam nos conta que o indivíduo que começou tudo isso foi Edward Bernays, sobrinho do próprio Freud. Após ler alguns livros do tio, que ainda não era muito conhecido nos EUA, ele teve a "brilhante" idéia de utilizar suas descobertas sobre o inconsciente para controlar as massas. Sem o consentimento do tio, claro. Um exemplo prático de como se deu essa aplicação da Psicanálise na publicidade nos é fornecido quando estudamos a tática adotada pela indústria tabagista estadounidense no início do século XX para incluir as mulheres entre os seus consumidores. Bernays tentou de...

Martin Claret: pura picaretagem editorial?

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Em praticamente qualquer livraria que se entre hoje lá está uma seção com dezenas e dezenas de títulos da Editora Martin Claret. Ainda me lembro do primeiro livro que comprei dessa editora, que foi o "Manifesto do Partido Comunista", de Marx e Engels, há uns 10 anos. Eu havia lido uma outra edição que minha professora de História no 3º ano do Ensino Médio havia me emprestado, e essa leitura mudou a minha vida. Quando lhe devolvi o livro, quis comprar uma cópia para mim, e descobri então a Martin. A partir disso comecei a comprar mais e mais de seus livros, porque poucos além deles estavam dentro do meu poder de aquisição na época. Mas só muito tempo depois comecei a observar os aspectos editoriais dos livros em geral, pois até ali minha preocupação sempre esteve voltada somente para o conteúdo. Foi quando um colega de turma chegou a comentar, em tom de reclamação, que um livro didático que usávamos na faculdade tinha nas referências bibliográficas um livro da Martin Claret. C...