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Mostrando postagens de março, 2009

Conhecimento é liberdade. Por quê?

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A afirmação de que "conhecimento é liberdade" parece, às vezes, possuir um status de axioma. Parece ser uma verdade alcançada de maneira intuitiva, indemonstrável, ou apenas senso comum. Mas há, na verdade, algumas demonstrações possíveis da veracidade dessa proposição. Primeiramente devemos esclarecer o que queremos dizer com "liberdade". Fato é que nossa liberdade é do tamanho das nossas possibilidades de escolher. O quanto podemos escolher, isso é o quanto somos livres. É somente isso que queremos dizer por "liberdade" neste argumento. O conhecimento, por sua vez, à medida que se amplia, nos fornece cada vez mais categorias de interpretação da realidade, nos abre novas possibilidades de apreensão e compreensão do real. Recordemos-nos do Mito da Caverna, de Platão: o homem acorrentado, após se libertar de seus grilhões e ver os objetos reais fora da caverna, tinha uma nova interpretação das sombras que ele considerava antes como as únicas coisa...

O Príncipe, de Maquiavel - um manual de como conquistar e manter o poder

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Nicolau Maquiavel, na obra O príncipe , escrita entre 1513 e 1516, se propõe a tratar do problema do poder. Mais especificamente, de como alcançá-lo e de como mantê-lo, conforme resume seu subtítulo. Pelos últimos capítulos de seu livro, apreende-se que seu objetivo a curto prazo era contribuir para a unificação e libertação da Itália, já que os primeiros Estados modernos já começavam a aparecer pela Europa, enquanto que a Itália ainda se encontrava fragmentada e em conflitos. Utilizando-se de sua experiência de homem de Estado, Maquiavel, após ser liberto do encarceramento que lhe sobreveio por intrigas políticas, resolve compilar todo o seu conhecimento sobre o assunto nesta pequena, mas valiosíssima obra, a qual tem sido lida por chefes de Estado e homens de poder de todos os tempos desde então.  Ele se refere ao fato de muitos já terem imaginado Estados que nunca existiram, fazendo uma referência a pensadores como Platão, por exemplo, e mostra que seu pensamento tem outro pon...

A realidade psicótica de Hellraiser - um comentário psicanalítico

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A série de filmes Hellraiser , baseada na obra The hellbound heart , de Clive Barker, possui algumas características que lhe conferem, a meu ver, um status especial entre as obras de terror. Apesar de obras clássicas como O exorcista  e Sexta-feira 13  constarem no topo da minha lista de favoritos, há algo peculiar na série protagonizada por Pinhead. A história gira em torno de uma caixa, chamada às vezes de "caixa das lamentações". Quando aberta, ela liberta seres chamados "cenobitas", definidos por seu líder, Pinhead, como "exploradores das regiões profundas da experiência. Anjos para alguns, demônios para outros". Os cenobitas são criaturas horrendas que dominam com excelência as artes da crueldade e da tortura. Esta caixa é buscada por aqueles que desejam ultrapassar os limites da experiência sensória na busca do prazer. A promessa é de que ela forneça, a todos aqueles a quem nenhum prazer mais satisfaz nesta terra, um outro prazer tal que os sentido...