Sêneca e a brevidade da vida
Hoje, talvez mais do que em outras épocas, os inúmeros esforços e sucessos da medicina para aumentar nosso tempo de vida parecem deixar claro pelo menos uma coisa: se pensamos em prolongar nossa existência, é porque achamos que o tempo a que estamos destinados a viver é insuficiente. Mas por qual razão? Será que a natureza errou, nos fazendo viver tão pouco? O filósofo romano Sêneca (séc. I), em sua obra A brevidade da vida , afirma, contrariamente, que o homem vive tempo suficiente, desde que saiba como viver. Para ele, "bastante longa é a vida e suficiente para levar a termo os maiores empreendimentos, desde que bem utilizada [...] Ela é suficientemente extensa para quem dela sabe dispor de modo adequado." De uma forma geral, a mensagem de sua obra é que o verdadeiro tempo de vida de cada um é aquele tempo que se dedicou a si próprio para proveito interior, como na reflexão, isso é, no diálogo do sábio consigo mesmo. Para saber o quanto alguém viveu, peça-lhe para...