Música


A música é uma de minhas grandes paixões. Aprendi meu primeiro instrumento musical na adolescência, e desde então quase nunca houve um período em minha vida em que eu não estivesse envolvido, de uma forma de outra, em alguma atividade musical.

Por volta de 2021, em meio à pandemia, comecei a gravar minhas próprias músicas. Até então eu sempre recorria a um estúdio, gravando apenas os instrumentos pelos quais era responsável - geralmente baixo e vocal -, mas como eu já estava morando na Alemanha e quase não era possível sair de casa devido ao confinamento, comecei a investir em meu home studio.

O primeiro resultado foi um EP intitulado Unholy Trinity, o qual inaugurou meu projeto solo de black metal chamado Denial of Death. Algumas músicas haviam sido escritas quase vinte anos antes, sem nunca terem sido finalizadas e gravadas. Eu não tinha a menor ideia se era possível alcançar uma qualidade profissional gravando os instrumentos em casa diretamente em uma interface Focusrite Scarlett Solo, e por isso eu não fiz a mixagem deste trabalho, mas enviei para um estúdio em Munique. A ideia era ter um parâmetro que pudesse orientar minhas futuras mixagens, mostrando até onde eu poderia chegar gravando em casa.

Meu segundo trabalho foi um álbum com nove músicas. Intitulado A failed exorcism, este disco foi totalmente produzido por mim, desde as composições, passando pela gravação de cada instrumento, arranjos, orquestração, mixagem e masterização. Foi meu primeiro trabalho deste tipo, e embora hoje eu tenha vontade de regravar várias dessas músicas novamente por ter aprendido muita coisa que não sabia na época, acho que vale a pena deixar o registro histórico como está.

Pouco tempo depois iniciei outro projeto solo, o Sulfuric Storm. Sempre gostei daquele tipo de death metal mais primitivo e brutal, executado por uma banda super enxuta com apenas três integrantes fazendo vocal, guitarra, baixo e bateria. Intitulado Hell on Earth, o primeiro EP deste projeto também foi totalmente produzido por mim, dando vazão a músicas que não tinham a ver com o estilo da Denial of Death.

Entre um trabalho e outro lancei alguns singles. Estas composições tinham um caráter diferente, eram algo mais na direção doom metal, músicas mais lentas e melancólicas, o que me levou a criar a Haereticus, mais um projeto paralelo no qual eu poderia escoar as produções que não tinham a ver nem com a Denial of Death, nem com a Sulfuric Storm. Aqui eu tive a oportunidade de usar mais melodias, vocais limpos e até mesmo solo de baixo, algo que não encaixaria muito bem nos outros projetos.

Nos anos que se seguiram à pandemia, meu home studio foi tomando corpo. Troquei de interface algumas vezes, passei a utilizar outra DAW (migrei do Reaper para o Studio One), e após comprar dezenas de plugins e instrumentos virtuais (como orquestras e corais), comecei a me aventurar no mundo da aparelhagem analógica. Troquei também meus monitores, investi em instrumentos de melhor qualidade (duas guitarras, quatro baixos, MIDI controller, dois violões, um violino elétrico, microfones de diferentes tipos para situações específicas) e investi também em educação, o mais importante hoje em dia. Como um brasileiro nascido nos anos 1980, eu vivi a época em que era muito difícil ter instrumentos e aparelhagem de primeira linha, mas hoje em dia está bem mais fácil conseguir boa qualidade com pouco investimento. O mais importante é tempo e paciência para investir em si mesmo, no próprio conhecimento.

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