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Mostrando postagens de junho, 2011

Poema: Instrução para Sísifo

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Instrução para Sísifo Hans Magnus Enzensberger Não tem perspectiva o que fazes. Bem: tu o compreendeste, admite, mas não te conformes, homem da pedra. Ninguém te agradece; linhas de giz, que a chuva indolente lambe, marcam a morte. Não te regozijes antes da hora, o que não tem futuro não é sucesso. Com trágica própria tuteiam-se monstros, espantalhos, áugures. Cala, fala com o sol dois dedos de prosa enquanto a pedra rola, mas não te deleites com a tua impotência, aumenta de um quintal a ira no mundo, de um grão. Faltam homens que realizem em silêncio o que não tem futuro e arranquem como grama a esperança, seus risos, o futuro, a rolarem, a rolarem sua ira sobre as montanhas. (Trad. Kurt Scharf e Armindo Trevisan) Fonte: Crítica Dialética

Discurso de Darcy Ribeiro no enterro de Glauber Rocha

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No vídeo abaixo o histórico discurso de Darcy Ribeiro, no enterro do grande Glauber Rocha.

O mito de Sísifo, de Albert Camus - o suicídio é legítimo, já que não há sentido para a vida?

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Compartilho abaixo alguns trechos dessa obra de Albert Camus, que li recentemente. São, respectivamente, um parágrafo do início do texto e o seu último capítulo. Uma das questões que ele tenta responder é: mesmo que a vida não tenha sentido, o suicídio é legítimo? Considerando que não há transcendência, por que ainda continuar vivo? Ele faz sua dissertação alertando o leitor de que este é o seu pressuposto: que não há valores absolutos, que não há transcendência. Se eles existem ou não, isso é outra discussão. Ele vai tomar o absurdo como ponto de partida, e não como conclusão. O absurdo e o suicídio Só existe um problema filosófico realmente sério: é o suicídio. Julgar se a vida vale ou não a pena ser vivida é responder à questão fundamental da filosofia. O resto, se o mundo tem três dimensões, se o espírito tem nove ou doze categorias, aparece em seguida. São jogos. É preciso, antes de tudo, responder. E se é verdade, como pretende Nietzsche, que um filósofo, para...